sexta-feira, 5 de julho de 2013

Hm... Bom dia!

Sabe, acho que todo mundo já passou por isso. Quando a gente olha pra vida e pensa "Que merda eu fiz?". É algo realmente muito incomodo, já que ninguém nunca gosta de errar.
Como direi... Minha vida era uma palhaçada descomunal.
Mas vamos do início. Ano retrazado. Em poucas palavras, eu consegui ser a pessoa mais idiota, desinteressante, antissocial e burra que eu já conheci. Eu era chata, gostava de um menino que mal chegava no meu nariz, era paranóica com os meus estudos e tinha tão poucos amigos que chega a ser surpreendente. A única garota com quem eu supostamente podia contar havia caído em outra classe. Boa parte dos meninos da classe me zoavam, as meninas me perseguiam. E na aparência? O cabelo horrivel, seco, puxado num rabo de cavalo muito apertado, sem maquiagem, sem auto estima e sem dignidade.
Naquela época meus pais estavam se separando.
O ano passou assim. Eu nem me lembro que porras eu fiz aquele ano. Sério, é como se fosse um borrão na minha memória.
Ano passado. Não mudou quase nada, a não ser o fato de que eu cai na melhor sala da escola. Com minhas amigas e com a Luana, melhor amiga desde a 3a série.
E com o garoto que eu gostava.
Como vou descrevê-lo... Loiro, olhos castalhos ora escuros ora claros, cabelo cortado com uma franja quase nos olhos e chegando facilmente no pescoço, meio repicado. Pele clara, alto e magro. Desligado, inteligente e interessante. Era e continua sendo o mais bonito da sala. Nome: Gabriel Christovam.
(Eu gostava dele desde a 1a série. Inacreditável, não?)
Ah, tomem nota de que eu continuava a coisinha feia de sempre.
O ano passou, e boa parte continua um borrão pra mim. Eu tinha como meu cais seguro, meu forte e meu apoio minha melhor amiga.
Nas férias eu decidi que iria parar de colocar o Gabriel naquele pedestal inalcansável e chorar pelos cantos por ele nem ser meu amigo. Falei "Não, chega. Eu sou uma garota linda, inteligente, divertida e boa amiga. Não tem por quê me esconder na escola, não tem por que ter medo do Gabriel. Nem de ninguém."
E foi com esse pensamento lindo que eu voltei das férias. Por sorte haviam apenas copiado a mesma classe e colocado de novo, pois éramos os melhores da escola e não tinha sentido nos prejudicar colocando numa sala qualquer. Eu continuava de cabelo preso, mas estava decidida a virar amiga do Gabriel.
E usei o Victor.
O Victor. Um garoto com cara de índio da classe. Bobão, caía de amores pela Luana. Fazia graça, contava piada e o mais importante: Era o melhor amigo do Gabriel.
Virei amiga dele, óbvio. Os três sentavam perto, eu na frente, o Victor atrás e o Gabriel do lado do Victor. Nesse tempo o boboca do Victor deixou de ser usado e se transformou realmente em meu amigo.
Não me arrependo muito por usar as pessoas pra ter o que eu quero. Uma culpa passageira que me bate de vez em quando.
Sim. Eu virei amiga do Gabriel. Muito amiga. Minha auto-estima foi subindo, eu era mais decidida, ganhei presença de palco e começei a cuidar da aparência. Uma mudança que mudou minha vida.
O Victor deixou de gostar da minha melhor amiga e começou a gostar de mim. Eu levei na boa.
Um tempo depois a professora Nalva, uma professora super legal de Português que eu adoro, mudou a gente de lugar. Do meio da sala eu fui pra parede da janela, o Victor pro extremo outro lado da sala, e o Gabriel, quem diria, a uma carteira de mim, na fileira do lado da minha. Perto o suficiente pra que a gente começasse a brincar de longe, ele fazendo caretas e eu rindo e zuando também.
O Victor se mordendo de ciúmes.
Daí só melhorou. Eu começei a soltar meu cabelo, longo e bem cacheado castanho escuro, fazer direito as unhas e burlar uns dias a camiseta do uniforme pra ir arrumada. Saia, all star de pares diferentes, brincos (coisa que eu odiava usar), blusas modernas e maquiagem bem feita, tudo com o cabelo solto no auge de sua beleza.
Nisso, junto do fato de sermos amigos sem neuras, o Gabriel olhou mais um pouquinho pra mim. Fazíamos as lições em dupla juntos, mesmo que ninguém pedisse (coisa que eu fiz duas vezes, nada mais). Ele chegava e pedia a resposta, ele me chamava e pedia a resposta, ele chegava pro lado falava "senta aqui e me passa a resposta".
(Imaginem minha cara com essa.)
Nesse dia eu sentei literalmente colada com ele.
Dentre outras, a gente brincada de arminha de mão de longe, eu pegava a régua dele pra ele vir atrás (Aula da Nalva, foi tenso olhar pra trás e ver sete meninas e uma professoras coladas olhando pra gente e sorrindo daquele jeito.) , pegava o caderno, ele vinha pedir as coisas direto pra mim, me passava a bola na educação física, me abraçava por trás pra pegar o caderno de artes.
(Novamente imaginem a minha cara)
Pode ser piração da minha cabeça, mas eu realemente acho que ele gosta de mim. (Idiota..)
Ah, tem o Victor e a Luana. A Luana, bom, uma prima dela chegou do Japão, elas se grudaram e a amizade "pra toda vida" foi pro espaço depois de algum sofrimento de minha parte. O Victor faz de tudo pra se meter entre mim e o Gabriel, de tudo mesmo, mas eu aprendi a ter jogo de cintura pra afastar ele. De bom amigo ele passou a ser estorvo. Eu gostava dele, mas ele começou a gostar de mim e ele é muito... Desesperado.
E vieram as férias de inverno. Seis meses depois das férias que mudaram minha vida. Eu tinha lindas lembranças com o Gabriel, um lindo ódio do Victor, uma linda força por causa da Luana e lindas amigas que serão eternas enquanto durarem, e com elas eu posso contar. Disso tudo, eu tirei ânimo pra cultivar talentos e sonhos, e estou determinada a usar esses trinta dias plenamente. Desenho, design, escrita, fotografia, teatro, música, dança, língias, tentativas falhas de cozinhar e um fone de ouvido cansado de ver minha cara. E um blog cheio de tudo que aprendi e aprendo nesse caminho em busca da felicidade, com tudo que acho bonito e gosto de ter pra mim.
Eu sou Pamela, tenho 13 anos e vou mudar o mundo, começando pelo meu mundo.